Verdade ???

Nos ensinaram que o resultado de uma experiência só é valido dentro de determinadas condições. Mas, além disso, ao se observar um dado experimento, o resultado também precisa ser interpretado conforme a posição do observador, a sua capacidade de entender o experimento e o nível de sua interferência. Transferindo isso para a nossa vida cotidiana, e considerando que o observador é cada um de nós, conclui-se que o que temos como verdade é o resultado individual das condições que observamos e avaliamos dos acontecimentos ou “experimentos”.

Quando alguém, de alguma forma, propaga sua verdade e ela encontra eco nas verdardes de boa parte dos outros indivíduos, ela se torna uma verdade coletivamente aceita, momentaneamente, até que outra verdade coletiva venha a substituí-la. Algumas dessas verdades, porém, vem se mantendo, há séculos ou milênios, e são perpetuadas, seja pelas condições do meio, pela incapacidade dos indivíduos de entender o cenário e reacessar o “experimento”, ou porque, em torno destas verdades, surgiram instituições dedicadas a defendê-las a qualquer custo.

Nada de anormal até aqui, pois as pessoas são livres para escolher as verdades que melhor lhes convier, porém ao se tentar impor verdades e/ou acusar aqueles que tem verdades diferentes de herege, ímpio, conspiracionista, transtornado, negacionista, louco, etc… tira-se do indivíduo o livre arbítrio, por mais restrito que seja, da escolha e se tenta impor coercivamente a verdade coletivamente aceita naquele momento que, no fundo, acaba sendo um fim em si mesma, mantendo tanto os que a defendem como os que não compactuam com ela presos a uma disputa sem vencedores, exceto as tais instituições, cuja vitória é a autopreservação ao longo do tempo.

Cada indivíduo tem o direito de escolher a sua verdade e de mudar a qualquer momento, desde que por iniciativa própria, como processo natural de desenvolvimento ou “experimentação”, e não por imposição de algum dogma, poder ou teoria de qualquer natureza. E, não nos cabe, como indivíduo, julgar ou questionar a verdade de outro indivíduo, porque, simplesmente, não temos a capacidade para tal e o faríamos com base na nossa verdade indidual ou na coletivamente aceita, as quais, são ambas relativas e efêmeras.

Por mais contraditório que possa parecer para um blog, este texto não tem por objetivo angariar seguidores ou gerar discussões sejam de apoio ou crítica, apenas prover insumo para aqueles que estão em busca de suas verdades poderem pensar a respeito.

Foto por Hatice Baran em Pexels.com

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